Coronavírus: estamos preparados para lidar com uma possível pandemia?

Segundo dados do Índice Global de Segurança Sanitária, nenhum país latino-americano está bem preparado para conter uma pandemia de coronavírus.

Segundo dados do Índice Global de Segurança Sanitária (GHS), divulgado em outubro de 2019, nenhum país latino-americano está bem preparado para conter uma pandemia de coronavírus.

Em sua maioria, os países latinos entraram na categoria de um pouco preparados, incluindo o Brasil. Cinco países da região preocupam mais os especialistas: Belize, Guatemala, Guiana, Honduras e Venezuela.

A pesquisa avaliou a capacidade de prevenção, detecção e resposta rápida a problemas de saúde pública emergenciais. Também foram consideradas as estruturas de cada sistema público de saúde, assim como o nível de aderência dos países analisados às normas sanitárias internacionais, os riscos que incidem sobre cada população.

Também foi avaliado como os países lidariam com uma pandemia inevitável, observando uma série de fatores, como renda, segurança nas fronteiras, sistemas de saúde, além de fatores de risco político, socioeconômico e ambiental.
O relatório crítico, conhecido como Índice de Segurança Global da Saúde (GHS), foi elaborado por cientistas do Centro de Segurança da Saúde da Universidade Johns Hopkins e pela Iniciativa de Ameaça Nuclear (NTI).

Eles revisaram os sistemas de saúde já existentes em todo o mundo e descobriram que apenas 13 países tinham recursos para combater a pandemia “inevitável”, como Grã-Bretanha, Estados Unidos, Austrália, Canadá, França e Holanda.

Mas, dada a rapidez com que o surto pode se espalhar, especialistas alertam que mesmo esses países podem ter dificuldades para conter a enfermidade.

A maioria dos países da África foi considerada a ‘menos preparada’ de todos os países devido à fraca imunização.
Os cientistas alertaram ainda que um surto de uma doença semelhante à gripe pode “varrer” o planeta em 36 horas e matar dezenas de milhões devido à nossa população viajar constantemente.

Há um século, a pandemia de gripe espanhola infectou um terço da população mundial, matando 50 milhões de indivíduos. Mais recentemente, uma epidemia de ebola na África Ocidental matou mais de 11 mil pessoas.

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Resultados

O resultado das análises é apresentado numa escala de 0 a 100. Os Estados Unidos lideram o ranking, com 83,5 pontos. Em seguida vêm o Reino Unido, com 77,9, a Holanda, com 75,6 e a Austrália, com 75,5 pontos.

Com a maior pontuação entre os países da América Latina, o Brasil está em 22º lugar, com 59,7 pontos. A média mundial é de 40,2 pontos.

Um ponto positivo para o Brasil é que o relatório classifica o país como “muito preparado” nos aspectos de “detecção precoce” e “resposta rápida a uma possível epidemia”, nos quais aparece em 12º e 9º lugar, respectivamente. Contudo, o país foi mal avaliado nos fatores “avaliação de risco e vulnerabilidade a ameaças ambientais” e “compromisso com a melhoria dos serviços e com normas internacionais”.

Segundo o relatório, a América Latina sabe lidar com doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya, mas não tem experiência para minimizar a propagação de enfermidades cuja transmissão acontece pelo contato.

A avaliação também ressaltou que uma epidemia de escala global traz implicações geopolíticas, como a suspensão do comércio entre países — o que ocorreu em 2009, quando a China cortou as relações comerciais que mantinha com o México por ocasião do surto de H1N1.

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Contudo, os países latinos que mantêm relações mais restritas com os países da Ásia são também os mais bem preparados do continente latino-americano, recorda a análise. Ainda de acordo com os especialistas, países como o Brasil e o México têm uma forte infraestrutura de saúde pública em comparação com muitos dos países menores da região.

“Dado que esses dois países estão entre os pontos mais prováveis de entrada do coronavírus na América Latina, esta é uma notícia positiva para a região, no que se refere à capacidade de se detectar e potencialmente impedir a propagação do vírus”, conclui o relatório.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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