Covid-19: Estados reduzem intervalo entre doses da AstraZeneca em ação contra a variante Delta

Contra a disseminação da variante Delta do novo coronavírus algumas cidades estão reduzindo o intervalo entre doses da AstraZeneca/Fiocruz.

Na corrida contra a disseminação da variante Delta do novo coronavírus, originária da Índia e de maior potencial de transmissão, gestores de algumas cidades brasileiras estão reduzindo o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina AstraZeneca/Fiocruz.

Já divulgaram a redução do intervalo cidades dos seguintes estados: Pernambuco, Acre, Santa Catarina, Tocantins, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Piauí.

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Houve ainda mudanças pontuais para grupos ou faixas etárias no Ceará, Alagoas e Sergipe. São Paulo também manifestou a intenção de encurtar o prazo, mas aguarda o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Até o fechamento desta matéria, o Brasil tem 20 casos confirmados da variante Delta. O Paraná é o estado onde há maior ocorrência, com sete infecções comprovadas.

O Maranhão, primeiro estado a registrar casos desta variante no Brasil, tem seis casos registrados. Goiás possui dois casos; Rio de Janeiro já comprovou três, enquanto Minas Gerais e São Paulo confirmaram um caso cada.

Covid-19: Estados reduzem intervalo entre doses da AstraZeneca em ação contra a variante Delta

Entenda o caso

O Ministério da Saúde atualmente recomenda 12 semanas, mas gestores estão encurtando esse prazo como uma tentativa de ampliar a proteção da população contra a variante Delta.

A pasta escolheu o maior prazo previsto em bula para aumentar o total de pessoas vacinadas com ao menos uma dose, uma vez que a AstraZeneca oferece proteção parcial de 76% já 21 dias após a primeira aplicação.

Já os gestores dos estados alegam que estudos apontam que somente o ciclo de vacinação completa protege contra a variante. O ministério chegou a estudar a redução do prazo, mas em uma reunião da Câmara Técnica manteve as 12 semanas.

Previsão em bula

A bula da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela produção e importação da tecnologia da AstraZeneca, informa que a segunda injeção pode ser administrada entre quatro e 12 semanas após a primeira.

A AstraZeneca afirma que “os estudos realizados até o momento demonstram que a vacina é eficaz na prevenção da Covid-19 sintomática quando aplicada neste intervalo de tempo”, de quatro a 12 semanas. A farmacêutica disse ainda que a imunização com a segunda dose após 60 dias foi avaliada em estudos clínicos, sendo aprovada.

Avanço da variante Delta

Até o momento, a variante Gama é a dominante no país. Entretanto, no último mês, foram confirmados casos da Delta, inclusive na cidade de São Paulo. Enquanto isso, menos de 14% da população brasileira recebeu as duas doses contra a Covid-19.

A baixa taxa de adesão à segunda aplicação é um risco para o combate a todas as versões do vírus, uma vez que garante um índice maior de proteção contra a versão grave da doença. A necessidade do ciclo completo da vacinação se torna ainda maior quando a delta chega ao Brasil: estudos indicam que apenas com a aplicação do reforço é possível barrar a nova variante.

Proteção somente com duas doses

No início deste mês, a revista científica Nature apresentou um estudo assinado por cientistas do Instituto Pasteur e do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. Foram examinadas a sensibilidade da variante Delta a anticorpos e comparadas com as cepas que circulam na França e outras variantes, como as britânicas (Alpha) e sul-africanas (Beta).

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Os resultados mostram que a Delta é parcialmente resistente a alguns tipos de anticorpos, mas que duas doses da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca são capazes de neutralizá-la. Os estudos em andamento agora estão centralizados em entender por que essa variante é mais transmissível.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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