Covid-19: Vacina contra poliomielite pode ajudar no combate ao novo coronavírus?

A vacina oral contra a poliomielite pode ser utilizada para a criação de uma barreira protetora temporária contra infecções causadas pelo novo coronavírus?

A vacina oral contra a poliomielite pode ser utilizada para a criação de uma barreira protetora temporária contra infecções causadas pelo novo coronavírus. É o que acredita um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A instituição de ensino é reconhecida mundialmente por ser um dos centros internacionais de avaliação da eficácia da vacina do Papilomavírus Humano (HPV) em homens e mulheres.

agulha de seringa para vacina contra novo coronavírus

Vacinas contra Covid-19

Outras duas vacinas também estavam sendo avaliadas para serem estudadas pelo grupo: a BCG, que age contra a tuberculose, e a vacina contra o sarampo.

“Essas três vacinas apresentam a mesma característica com microrganismos vivos mais atenuados e, em função disso, estimulam a primeira fase do nosso sistema de defesa, chamada de imunidade inata, de uma forma bastante eficaz e robusta. E isso nos daria uma proteção de, pelo menos, seis meses para a prevenção de infecções pelo novo coronavírus para conseguirmos mais tempo para encontrar uma vacina mais específica no mercado”, acredita o coordenador da pesquisa, chefe do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário da UFSC, Edison Fedrizzi, que também é professor de Medicina da instituição e doutor em Medicina pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.

O pesquisador explicou que o fato de ser uma gotinha aplicada via oral foi outro ponto a favor da vacina contra a pólio, uma que, administrada em adultos, cria uma barreira de proteção importante nas vias aéreas, principal porta de entrada do novo coronavírus no indivíduo.

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“A maioria dos países de primeiro mundo já substituiu a vacina oral da poliomielite para a forma injetável. Muitos delas com associações de outras vacinas para facilitar o calendário escolar. Porém, passando para a forma injetável, perdemos essa capacidade de estimular a primeira fase do nosso sistema de defesa e a possibilidade da criação desta barreira específica contra outras infecções’, explica o professor.

Ainda segundo Edison Fedrizzi, o Brasil tem uma facilidade enorme em relação a países que já trocaram a vacina oral pela injetável: o fato de termos disponível a forma oral, produzida pela Bio-Manguinhos/Fiocruz, que é barata e oferecida no Programa Nacional de Imunizações.

“E aqui também temos a indicação dessa vacina para adultos quando vão viajar para algum país que tenha a doença como endêmica. Então, adultos, quando vão para esses locais, recebem essa recomendação”, acrescentou.

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Como será realizada a pesquisa

A previsão é que a pesquisa seja iniciada no início de julho. No primeiro momento, serão chamados 300 voluntários, que serão os trabalhadores da área de saúde, que estão mais expostos à infecção do novo coronavírus.

O grupo da UFSC se reuniu com a Secretaria Estadual de Saúde e a proposta é que o experimento seja ampliado para todo o estado de Santa Catarina, com um total estimado de 1.500 voluntários, que estejam na linha de frente ao combate da pandemia.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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