Duração do uso contínuo do betabloqueador após um infarto agudo do miocárdio

O benefício do betabloqueador no tratamento da SCA é inquestionável, contudo o seu uso na terapia a longo prazo tem sido questionada.

Não há o que se discutir em relação ao benefício do betabloqueador no tratamento da síndrome coronariana aguda (SCA), seu uso tem impacto em diversos desfechos, inclusive na mortalidade. Entretanto a terapia a longo prazo vem sendo questionada. O estudo CAPITAL-RCT não sugeriu benefício na terapia a logo prazo com betabloqueadores em acréscimo a terapia padrão, em pacientes com SCA e elevação do segmento ST sem insuficiência cardíaca (IC). Entretanto o tempo de duração de tratamento até que o betabloqueador “perca” seus efeitos benéficos é incerto.

Leia também: O uso de betabloqueadores em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

Betabloqueador após um infarto agudo do miocárdio

Estudo recente

Um estudo sul coreano observacional envolveu cerca de 29.000 pacientes submetidos a terapia de revascularização após SCA, que não vieram a falecer, recorrer do infarto ou evoluir em IC após 1 ano do evento e receberam betabloqueadores na alta, os dados foram coletados do registro médico dos seguros de saúde coreanos.

O estudo comparou pacientes com menos de 1 ano de uso de betabloqueador (n = 6.263) e pacientes com 1 ano ou mais de uso de betabloqueadores (n = 22.707). O desfecho primário era morte por todas as causas e o desfecho secundário era um composto de morte por todas as causas, infarto recorrente, hospitalização por nova IC, e essas variáveis separadas.

Resultados e conclusão

Os pacientes com mais de um ano de uso de betabloqueadores tiveram um risco reduzido morte por todas as causas estatisticamente significativo (RR 0,81; 95% [IC], 0,72-0,91). O desfecho secundário também foi menor no grupo com mais de 1 ano de uso da droga (RR 0,82; 95% CI, 0,75-0,89), mas não quando infarto recorrente ou internação por nova IC foram avaliados separadamente. A redução do risco da ocorrência do desfecho primário se mostrou verdadeira em pacientes mais de dois anos de uso do betabloqueador (RR 0,86; 95% CI, 0,75-0,99), mas não com mais de 3 anos de uso (RR 0,87; 95% CI, 0,73-1,03) depois do infarto.

Saiba mais: Betabloqueadores em gestantes podem provocar má-formação nos bebês?

Portanto, através desse estudo foi possível concluir que uma terapia com betabloqueador após um infarto deve durar mais que 1 ano, porém perde o benefício após 3 anos de uso.

Referências bibliográficas:

  • Kim J, Kang D, Park H, et al. Long-term β-blocker therapy and clinical outcomes after acute myocardial infarction in patients without heart failure: nationwide cohort study. Eur Heart J 2020; 41:3521. doi10.1093/eurheartj/ehaa376

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades