Fixação de fraturas do colo do fêmur: parafuso deslizante ou canulado?

A escolha do melhor método de fixação a ser utilizado nas fraturas do colo do fêmur ainda é tema de discussão.

Ainda sem definição sobre o uso de parafusos esponjosos canulados (PEC) ou de placas e parafusos deslizantes do quadril (DHS). Um estudo publicado em novembro de 2022 na revista científica Injury foi elaborado com o objetivo de comparar as taxas de reoperação e mortalidade de uma grande coorte de pacientes com fraturas do colo do fêmur acima de 60 anos tratados utilizando fixação interna com implantes DHS ou parafusos esponjosos canulados.

Leia também: Fraturas de colo do fêmur podem ser tratadas com parafusos canulados mesmo em idosos?

Fixação de fraturas do colo do fêmur parafuso deslizante ou canulado

X-ray multiple part of adult and child and Disease ( Pulmonary tuberculosis Stroke kidney stone osteoarthritis bone fracture bowel obstruction spondylosis spondylolisthesis scoliosis brain tumor etc)

Métodos

Trata-se de um estudo do tipo coorte retrospectiva avaliando dados coletados entre 2014 e 2018 armazenados no banco de dados dinamarquês de fraturas, incluindo acompanhamento de dois anos e dados sobre idade, sexo, cirurgia, comorbidades e classificação das fraturas. Os dados de reoperação foram recuperados do Registro Nacional de Pacientes Dinamarquês. O desfecho primário foi a taxa de reoperação de grande porte, definida como reosteossíntese, conversão para artroplastia, cirurgia para o tratamento de pseudoartrose, artroplastia de ressecção ou infecção profunda um ano após a cirurgia. Cirurgias de pequeno porte realizadas para remoção do implante e taxa de mortalidade foram também registradas como desfechos secundários.

Resultados

Um total de 2.598 participantes foram incluídos, 1.731 tratados utilizando PEC (67%) e 867 com DHS (33%). A taxa geral de reoperação de grande porte em 1 ano foi de 15% no grupo PEC e 13% no grupo DHS, resultando em um RR ajustado de 1,10 (0,88; 1,37) para PEC em comparação com DHS. O RR ajustado foi de 1,15 (0,77; 1,69) para fraturas do colo do fêmur não desviadas, 1,09 (0,68; 1,75) para fraturas desviadas e 1,35 (0,94; 1,94) para fraturas do tipo transcervical, que aumentou para 1,42 (1,01; 2,00) após 2 anos. A taxa de reoperação menor foi maior para PEC (3%) do que para DHS (1%), resultando em um RR ajustado de 2,28 (1,14; 4,51). O RR ajustado para PEC comparado ao DHS foi de 0,83 (0,62; 1,12) para mortalidade em 30 dias e 0,96 (0,82; 1,14) para mortalidade em um ano.

Saiba mais: Qual o melhor acesso cirúrgico para a redução colo do fêmur nas osteossínteses?

Conclusão

Os resultados do estudo sugerem a similaridade entre os grupos quanto às taxas de reoperações de grande porte. Apesar disso, nas fraturas do colo do fêmur do tipo transcervical, o uso de parafusos esponjosos canulados foi associado a maiores taxas de reoperação. Parafusos esponjosos canulados foram, em geral, associados a um maior risco de reoperações de pequeno porte. Não foram observadas diferenças nas taxas de mortalidade entre os grupos.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Viberg B, Barat S, Rotwitt L, Gundtoft PH; DFDB collaborators. Reoperation for sliding hip screws vs cannulated cancellous screws in femoral neck fractures: A study from the Danish Fracture Database Collaborators. Injury. 2022 Nov. DOI: 10.1016/j.injury.2022.09.029

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