Redução aberta e fixação interna ou troca de componente para fraturas de fêmur distal pós ATJ?

Com o aumento nas artroplastias totais de joelho, complicações como fraturas periprotéticas do fêmur distal também aumentaram.

Com o número de artroplastias totais de joelho (ATJ) subindo, as complicações como fraturas periprotéticas do fêmur distal também passaram a ser mais vistas. Esse tipo de fratura tem uma incidência estimada de 0,3 a 2,5%, gera grande morbidade ao paciente e é de difícil tratamento. Apesar da maior popularidade da redução aberta e fixação interna (RAFI), a revisão e troca aguda do componente femoral vêm sendo também praticada recentemente.

A RAFI teria como benefícios a preservação do estoque ósseo e menor dificuldade do procedimento embora a taxa de pseudoartrose possa chegar a 16%. A troca imediata do componente femoral pode gerar uma independência imediata em relação à fratura e sustentação de carga precoce.

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Estudos anteriores comparando diretamente os dois métodos de tratamento são sujeitos a vieses de acordo com a expertise de seus cirurgiões em trauma ou artroplastia. Foi publicada nesse mês no Journal of Orthopaedic Trauma uma revisão sistemática comparando a RAFI e a troca do componente femoral aguda em fraturas periprotéticas do fêmur distal pós ATJ.

Redução aberta e fixação interna ou troca de componente para fraturas de fêmur distal pós ATJ

O estudo

Os estudos incluídos deveriam ter pelo menos 5 pacientes de 55 anos ou mais e demonstrar resultados funcionais e/ou taxa de complicações em pacientes submetidos a RAFI (placa ou haste intramedular) ou troca de componente femoral após fraturas periprotéticas. No total, puderam ser aproveitados 54 estudos com 1484 pacientes, sendo que 14 (272 pacientes) avaliaram a revisão protética (RP) e 44 (1212 pacientes) a RAFI. Os pacientes da RP foram significativamente mais velhos (RP: 78,14 vs RAFI: 74,05, p < 0,001) e tiveram follow-up mais longo (RP: 34,91 meses vs RAFI: 26,59 meses, p < 0,05).

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A diferença na taxa de complicações não foi significativa após ser ajustada para o tempo de follow-up [IRR (95%IC): 0,78 (0,59 – 1,03)] assim como a taxa de reoperação [IRR (95% IC): 0,71 (0,49 – 1,04)]. A pseudoartrose foi vista em 84 casos de RAFI e o tempo de consolidação médio foi de 16,7 semanas. Além disso, a taxa de infecção superficial e profunda foi semelhante nos dois tratamentos e a taxa de mau-alinhamento foi significativamente menor no grupo RP [IRR (95% IC): 0,11 (0,02 – 0,82)].

Quanto à avaliação de escores funcionais e retorno ao estágio de deambulação pré-operatório, os resultados também foram semelhantes. Entretanto, o arco de movimento médio foi superior no grupo submetido a RAFI (RP: 90,47 vs RAFI: 100,36, p < 0,05).

Conclusão

Em conclusão, os dois tipos de tratamento apresentaram resultados bem semelhantes, com o melhor arco de movimento nos casos de RAFI não gerando diferença nos escores funcionais. Estudos prospectivos poderão auxiliar os cirurgiões no melhor entendimento acerca de vantagens e desvantagens entre as técnicas.

Referências bibliográficas:

  • Wadhwa H, Salazar BP, Goodnough LH, Van Rysselberghe NL, DeBaun MR, Wong HN, Gardner MJ, Bishop JA. Distal Femur Replacement Versus Open Reduction and Internal Fixation for Treatment of Periprosthetic Distal Femur Fractures: A Systematic Review and Meta-Analysis. J Orthop Trauma. 2022 Jan 1;36(1):1-6. DOI: 10.1097/BOT.0000000000002141.

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