Fundação do Câncer lança guia de prevenção do câncer do colo do útero para profissionais de saúde

A Fundação do Câncer lançou guia com recomendações baseadas em evidências para a prevenção primária e secundária do câncer do colo do útero.

A Fundação do Câncer lançou o “Guia Prático: Prevenção do Câncer do Colo do Útero – Orientações para Profissionais de Saúde”, que traz recomendações baseadas em evidências para a prevenção primária e secundária do câncer do colo do útero.

“A publicação agrega no mesmo documento as recomendações para a vacinação contra HPV e rastreamento e ainda aborda lacunas de conhecimento e práticas inadequadas identificadas em estudo elaborado e conduzido pela Fundação do Câncer”, explicou a consultora médica da entidade, Flávia Miranda Corrêa, responsável pela elaboração do guia, em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.

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De formato digital, o conteúdo esclarece pontos importantes sobre vacinação da doença e o seu rastreamento; o número de doses e intervalo da vacina; a efetividade e segurança da vacina; o método utilizado para o rastreamento no país; a periodicidade do rastreamento e as evidências científicas que embasam as recomendações.

Temas como exame preventivo, vida sexual e preservativo, que ainda geram muitas dúvidas entre a população em geral, também podem ser encontrados no documento.

“A adesão das equipes da Atenção Básica de Saúde nessa corrente pelo esclarecimento da população é crucial e ajuda muito, visto que os profissionais da saúde são fontes confiáveis e têm empatia das pessoas que recebem seus cuidados. Além disso, o diálogo esclarecedor pode ajudar no combate as fake news, como as que a vacina contra o HPV estimula a vida sexual precoce ou não é segura para a saúde. A fala de um profissional de saúde tem muita importância”, destacou o diretor executivo da Fundação do Câncer, o médico Luiz Augusto Maltoni.

Fundação do Câncer lança guia de prevenção do câncer do colo do útero para profissionais de saúde

Etapas da pesquisa

O e-book é resultado da segunda parte do levantamento “Conhecimento e práticas da população e dos profissionais de saúde sobre prevenção do câncer do colo do útero”, realizado pela Fundação do Câncer.

A pesquisa “Conhecimento e Práticas da População e dos Profissionais de Saúde sobre Prevenção do Câncer do Colo do Útero” identificou as barreiras na prevenção e vacinação contra o Vírus do papiloma humanos (HPV) e no rastreamento para o câncer do colo do útero, responsável pelo óbito de mais de seis mil mulheres por ano no Brasil.

A primeira parte do estudo detalhou conhecimentos, atitudes, práticas, mitos e fake news sobre a prevenção do câncer de colo do útero, tendo crianças/adolescentes, pais/responsáveis e mulheres como público-alvo. Já abrange o conhecimento e a atuação dos profissionais de saúde relacionados à prevenção do HPV, maior causador da doença, e ao rastreamento.

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Nessa segunda etapa foram considerados os relatos de 2.727 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários.

“Há uma infinidade de tipos de câncer, mais de 100, o do colo de útero tem muitas especificidades. Precisamos oferecer aos profissionais treinamento adequado e acesso a estudos e informações atualizadas. Ouvir quem recebe a população e está diariamente na luta pela prevenção de doenças é crucial. Dar treinamento e suporte de informação em saúde, também”, destacou Flávia Corrêa

Entre os entrevistados, 14% dos profissionais não possuíam todas as informações exatas sobre o público-alvo da vacina contra o HPV, uma das formas de prevenir a enfermidade, o que torna necessária orientação específica e o reforço em campanhas.

Desperdício

O levantamento apontou ainda que 75% dos profissionais ouvidos iniciavam rastreamento antes dos 25 anos, ou seja, fora da faixa recomendada, que é a partir dos 25 e até os 64 anos, o que gera desperdício de recursos humanos e insumos. E 93% rastrearam com periodicidade anual, quando a recomendação é a cada três anos, após dois exames anuais sem anormalidade.

Um número significativo de mulheres tem realizado o exame de Papanicolau com frequência maior do que a recomendada. Mas não é correto rastrear as mesmas mulheres anualmente; devemos priorizar mulheres que nunca realizaram exames de rastreamento ou o fizeram há mais de três anos”, ressaltou a consultora médica da entidade.

O câncer de colo de útero atinge mais de 16.700 brasileiras anualmente, causando 6.500 óbitos — no mínimo — o que é inadmissível, uma vez que existe prevenção com o exame de Papanicolau e a vacina contra o HPV.

Para acessar o guia, basta clicar no link https://bit.ly/guia-colo-do-utero-profissionais.

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