Infarto do miocárdio: escore de GRACE 2.0 pode ser útil para avaliar o prognóstico?

Estudo recente avaliou o desempenho da pontuação do GRACE 2.0 para a previsão de morte por todas as causas em pacientes com infarto do miocárdio.

A quarta definição universal de infarto do miocárdio (IAM) define que o infarto que ocorre devido a ruptura da placa ateromatosa e trombose é classificado como tipo 1. Já o IAM que ocorre devido a um desequilíbrio no suprimento ou demanda cardíaca de oxigênio sem participação direta de uma aterotrombose coronariana é classificado como tipo 2.

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Dados prévios mostram que pacientes com IAM tipo 2 são mais velhos e mais frequentemente têm comorbidades. Por isso, tem um pior prognóstico, com cerca de apenas 30% de sobrevida em 5 anos. Até o momento, não existem ferramentas prognósticas para estimar a mortalidade por todas as causas ou a morbidade nessa população. Nesse sentido, um estudo recentemente publicado teve como objetivo avaliar o desempenho da pontuação do GRACE 2.0 para a previsão de morte por todas as causas em pacientes com IAM tipo 1 e tipo 2.

Paciente com infarto do miocárdio sendo avaliado

Características do estudo

Em duas coortes com mais de 70 mil pacientes escoceses e suecos com suspeita de síndrome coronariana aguda foi calculado o escore GRACE 2.0 para estimar morte em 1 ano. O IAM tipo 1 foi diagnosticado em 4981 (10%) e 1080 (5%) pacientes na Escócia e na Suécia, respectivamente.  Ao final de 12 meses, 720 (15%) e 112 (10%) desses pacientes já haviam morrido. Já o IAM tipo 2 ocorreu em 1121 (2%) e 247 (1%) pacientes na Escócia e na Suécia, respectivamente, com 258 (23%) e 57 (23%) óbitos em 1 ano. Foi utilizado o teste de Delong para comparar os resultados dos 2 tipos de IAM. A área sob a curva (AUC) foi 0,73 (IC95% 0,70-0,77) e 0,73 (IC95% 0,66-0,81) no IAM tipo 2, menor do que no IAM tipo 1 em ambas as coortes escocesa e sueca (p <0,001 e p = 0,008, respectivamente).

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Conclusão

Ou seja, a discriminação prognóstica do GRACE 2.0 para IAM tipo 2 não é tão boa quanto para IAM tipo 1. Contudo, pode ser utilizada na prática, já que não há na literatura ainda nenhum escore mais validado para avaliar esses pacientes. E ainda, são necessários novos estudos prospectivos para avaliar se a profilaxia secundária nos pacientes com IAM tipo 2 será benéfica assim como acontece nos pacientes com IAM tipo 1.

Referências bibliográficas:

  • Hung J, et al. Performance of the GRACE 2.0 score in patients with type 1 and type 2 myocardial infarction. European Heart Journal. 2020;0:1–10. doi:10.1093/eurheartj/ehaa375

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