O que os brasileiros sabem sobre saúde ocular e glaucoma? 

A pesquisa “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, conduzida pelo Ibope Inteligência fez um levantamento sobre o cenário do glaucoma no Brasil.

A pesquisa “Um olhar para o glaucoma no Brasil”, conduzida pelo Ibope Inteligência em 2.700 participantes em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Pernambuco, fez um levantamento sobre o cenário do glaucoma no Brasil e a necessidade de uma nova visão sobre a doença em junho de 2020. Mais da metade dos entrevistados não sabe que o Glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo e 41% não conhecem a doença que atinge diversos grupos da população.

A desinformação sobre a relevância do cuidado com a visão é muito evidente na pesquisa. Quando perguntados sobre a frequência que vão ao especialista, 10% dos entrevistados assumem que nunca foram e 25% disseram que raramente, apenas quando sentem algum incômodo nos olhos. Destaque para as faixas etárias mais jovens: um a cada cinco relatou nunca ter ido ao oftalmologista (21%) e 10% foram uma única vez na vida.

Embora a maioria (73%) dos que têm 55 anos ou mais visite o oftalmologista uma vez ou mais por ano, a pesquisa mostra que 1 em cada 4 deles não possui uma rotina de visitas ao oftalmologista. Além disso, do total da amostra, 30% acreditam que devam procurar o oftalmologista somente depois que começam a usar óculos e 23% após perceberem alguma perda de visão. 13% visitam o especialista apenas quando têm alguma dor nos olhos.

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População desconhece os riscos e métodos de prevenção do glaucoma

Desconhecimento acerca da gravidade

Estatísticas fornecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. Entretanto, representa um desafio maior porque a cegueira causada pelo glaucoma é irreversível.

Mais da metade (53%) desconhece que a doença possui a maior probabilidade de um quadro de cegueira irreversível e 41% sequer sabem o que é glaucoma, chegando a 53% dos jovens de 18 a 24 anos (ante 71% entre os com 55 anos ou mais). Sobre a medida da pressão intraocular, principal exame para prevenção e controle da doença, 52% desconhecem se já mediram, não sabiam que existia ou se o oftalmologista já mediu.

Apesar de 53% assumirem que ficariam abalados ao perder a visão por receio de perder a autonomia para fazer as atividades do dia a dia e depender das pessoas, apenas 37% entendem que a ida ao oftalmologista com frequência é uma medida que ajuda a diminuir os riscos. Alguns públicos estão mais propensos ao glaucoma e a pesquisa reforça que a maioria das pessoas desconhece quais fazem parte desse quadro. Estima-se que entre 2% a 3% da população brasileira acima de 40 anos possam ter a doença, o que representa cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Fatores de risco 

Além de existir a maior chance de desenvolvimento em pessoas com casos na família, afrodescendentes e pacientes com pressão intraocular elevada. Além disso, 90% não associavam a patologia com a afrodescendência. 83% dos internautas que pertencem a classe A afirmam que vão ao oftalmologista pelo menos uma vez ou mais de uma vez por ano, enquanto esse número cai para 46% na classe C. Cerca de 50% da população com glaucoma não sabe que têm a doença, ou seja, ainda não foram diagnosticados.

Perguntados no levantamento sobre os tratamentos para glaucoma, mais da metade (51%) não soube opinar a respeito, acredita não existir tratamento ou que usar óculos ou lentes de contato diariamente corrige o problema. A automedicação também é um tema relevante, já que 28% discordam ou não sabem sobre a necessidade de consulta médica para utilização de colírios. Entre os jovens de 18 a 24 anos, 32% acreditam que esses medicamentos são inofensivos ou não sabem opinar sobre a necessidade de consultar um especialista para usá-los.

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A OMS aponta que se houvesse um número maior de ações efetivas de prevenção e/ou tratamento, 80% dos casos de cegueira poderiam ser prevenidos ou curados.

Grande parte da sociedade brasileira não está ciente sobre a importância da frequência as consultas ao oftalmologista, sabe pouco sobre o glaucoma e desconhece seu risco de cegueira.

Referências bibliográficas:

 

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