Quer acessar esse e outros conteúdos na íntegra?
Cadastrar GrátisJá tem cadastro? Faça seu login
Faça seu login ou cadastre-se gratuitamente para ter acesso ilimitado a todos os artigos, casos clínicos e ferramentas do Portal PEBMED
Tempo de leitura: 2 minutos.
Março é o mês de conscientização acerca do Câncer Colorretal (CCR) e, diferente dos badalados Outubro Rosa e Novembro Azul, o tema recebe pouca atenção da mídia e dos próprios profissionais de saúde. Você sabia, por exemplo, que 27 de Março é o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino?
O CCR tem alta prevalência, é a segunda causa de óbitos nos EUA (cerca de 51 mil/ano) e, no Brasil, o INCA estima para o biênio 2018-2019 o total de 36.360 novos casos/ano, incidência de 34,73 para 100 mil habitantes, sendo o terceiro câncer mais frequente em homens e segundo entre as mulheres (excetuando os cânceres de pele). No Brasil morreram 16.696 pessoas de CCR em 2017. No mundo, é o terceiro tipo de câncer mais comum e a quarta em mortalidade. São mais de 1400 mil casos e 700 mil óbitos todos os anos.
O CCR é uma doença multifatorial influenciada por fatores genéticos, ambientais e relacionados ao estilo de vida. Os fatores hereditários, como o histórico familiar de câncer de cólon e reto e as doenças inflamatórias do intestino, representam apenas uma pequena parte dos casos. A piora da qualidade nutricional no mundo ocidental e nos países em desenvolvimento contribui para o aumento de casos. Assim, os fatores de risco ligados ao estilo de vida são modificáveis e incluem:
- consumo de bebidas alcoólicas,
- baixa ingestão de frutas e vegetais,
- alto consumo de carnes vermelhas, gorduras e de alimentos processados,
- obesidade,
- tabagismo
- inatividade física.
A American Cancer Society (ACS) “baixou” a idade recomendada para iniciar o rastreio em indivíduos de risco médio para 45 anos. A detecção precoce e a remoção de pólipos adenomatosos e outras lesões pré-cancerígenas reduzem a mortalidade por meio da redução da incidência e do diagnóstico precoce. A ACS recomenda preferencialmente um exame fecal de alta sensibilidade para sangue oculto anual ou a colonoscopia de 10 em 10 anos, dependendo da disponibilidade e da preferência do paciente. Sangue oculto positivo é igual à colonoscopia em seguida.
Leia mais: Dietas pró-inflamatórias podem aumentar o risco de câncer colorretal?
A pesquisa de sangue oculto nas fezes é o método ideal de rastreamento populacional, servindo como teste de triagem para a colonoscopia, exame mais invasivo, de custo mais alto e que exige um preparo intestinal mais trabalhoso.
No Brasil há grande dificuldade de acesso aos exames de rastreio e mesmo os pacientes que apresentam sangramento intestinal chegam a demorar seis meses no SUS para conseguir realizar um exame. Uma maior conscientização dos profissionais de saúde para indicar o rastreamento e o estímulo a hábitos de vida mais saudáveis podem melhorar este quadro.
É médico e quer ser colunista do Portal da PEBMED? Inscreva-se aqui!
Autor:
Formado em 1992 na UFRJ • Residência Médica em Clínica Médica no HUCFF – UFRJ • Residência em Oncologia Clínica no INCA • Oncologista do INCA de 01/1998 até 04/2008 –Chefe do Serviço do HCIII de 11/1999 até 05/2001 e de 12/2003 até 12/2005 • Membro Titular da SBOC desde 1996 • Membro titular da “ASCO” desde 2001 e da “ESMO desde 2016 • Sócio Honorário da Sociedade Brasileira de Mastologia desde 2009 • Oncologista e Coordenador Nacional de Oncologia Mamária da “Oncologia D’Or”, desde 05/2011 • Membro voluntário do Comitê Científico da FEMAMA, do INSTITUTO ONCOGUIA e da Fundação Laço Rosa
Referências:
- Estimativa 2018: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silvj a. Coordenação de Prevenção e Vigilância. – Rio de Janeiro: INCA, 2017. Disponível em www.inca.gov.br.
- Colorectal Cancer Screening for Average-Risk Adults: 2018 Guideline Update From the American Cancer Society. Ca Cancer J Clin 2018; doi: 10.3322/caac.21457, available in www.cacancerjournal.com