Câncer: recusar alopatia em busca de tratamentos alternativos reduz sobrevida

Um novo estudo comparou a sobrevida global entre pacientes com câncer que receberam tratamento convencional com ou sem terapia alternativa.

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Um novo estudo comparou a sobrevida global entre pacientes com câncer que receberam tratamento convencional com ou sem terapia alternativa, e compararam a adesão ao tratamento e as características dos pacientes envolvidos. Os resultados foram publicados em julho no JAMA Oncology.

Para esse estudo observacional e retrospectivo, pesquisadores utilizaram a base de dados nacional de câncer com 1.901.815 pacientes de 1.500 centros de tratamento, que foram diagnosticados com câncer de mama, próstata, pulmão ou colorretal não metastático entre janeiro de 2004 e dezembro de 2013.

Os pacientes foram pareados por idade, grupo clínico, pontuação no índice de comorbidade de Charlson, raça / etnia, ano de diagnóstico e tipo de câncer. Os desfechos analisados incluíram sobrevida global e aderência ao tratamento.

O uso de um tratamento alternativo foi definido como “outras terapias não comprovadas contra o câncer administradas por profissional não médico” (ervas e plantas, vitaminas e minerais, homeopatia, naturopatia, dietas especializadas, etc), em conjunto com pelo menos um tratamento convencional (cirurgia, radioterapia, quimioterapia e / ou terapia hormonal).

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TRATAMENTOS ALTERNATIVOS PARA CÂNCER

CARACTERÍSTICAS DOS PACIENTES:

Nas principais análises após a comparação, 258 pacientes (199 mulheres e 59 homens; idade média 56 anos) estavam no grupo que realizou algum tratamento alternativo, e 1.032 pacientes (798 mulheres e 234 homens; idade média 56 anos) estavam no grupo controle.

RESULTADOS:

Pacientes que realizaram terapia alternativa não tiveram um atraso maior para o início do tratamento convencional, mas apresentaram maiores taxas de recusa da cirurgia (7,0% [18 de 258] vs 0,1% [1 de 1031]; P <0,001), quimioterapia (34,1% [88 de 258] vs 3,2% [33 de 1032]; P <0,001), radioterapia (53,0% [106 de 200] vs 2,3% [16 de 711]; P <0,001) e terapia hormonal (33,7% [87 de 258] vs 2,8% [29 de 1.032]; P <0,001).

Terapia alternativa foi associada com pior sobrevida global em cinco anos (82,2% [IC 95%: 76,0% a 87,0%] vs 86,6% [IC 95%: 84,0% a 88,9%]; P = 0,001) e foi independentemente associada com maior risco de morte (HR 2,08 [1,50 a 2,90]) em um modelo multivariado que não incluiu atraso ou recusa do tratamento. No entanto, não houve associação significativa entre terapia alternativa e sobrevida, uma vez que o atraso ou recusa do tratamento foi incluído no modelo (HR 1,39; IC 95%: 0,83 a 2,33).

Pelos achados neste estudo, os pesquisadores concluíram que:

  • Pacientes que receberam tratamento alternativo foram mais propensos a recusar o tratamento convencional e tiveram um risco maior de morte.
  • Os resultados sugerem que o risco de mortalidade associado ao tratamento alternativo foi mediado pela recusa ao tratamento convencional.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Johnson SB, Park HS, Gross CP, Yu JB. Complementary Medicine, Refusal of Conventional Cancer Therapy, and Survival Among Patients With Curable Cancers. JAMA Oncol. Published online July 19, 2018. doi:10.1001/jamaoncol.2018.2487

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