ECCMID 2021: Pneumonia por Pneumocystis jirovecii em pacientes não HIV

A pneumonia por Pneumocystis jirovecii é uma condição potencialmente grave e que pode ser encontrada em pacientes infectados ou não pelo HIV.

Cada vez mais, as infecções fúngicas vêm ganhando importância no cuidado de pacientes críticos em unidades de terapia intensiva. Muitas vezes de difícil diagnóstico, estão associadas a grande morbidade e mortalidade. A pneumonia causada por Pneumocystis jirovecii é uma condição potencialmente grave e que pode ser encontrada em pacientes infectados ou não infectados pelo HIV.

Características e manejo dessa infecção em indivíduos HIV negativos foram discutidos no European Congress of Clinical Microbiology & Infectious Diseases (ECCMID 2021).

médico atendendo paciente com infecção por Pneumocystis jirovecii

Pneumonia por Pneumocystis jirovecii

Veja as principais considerações a seguir:

  1. Estima-se cerca de 500.000 casos/ano, a maioria em pacientes com infecção pelo HIV e com contagem de linfócitos T-CD4 < 200 células/mm³. Entretanto, tem-se observado uma mudança de perfil epidemiológico, com aumento de casos em pacientes sem HIV, principalmente pacientes hematológicos e transplantados de órgãos sólidos.
  2. Em indivíduos não infectados pelo HIV, fatores de risco para PCP incluem condições de depleção de células T e terapia com corticoides.
  3. Em relação aos achados em amostras de lavado broncoalveolar, indivíduos não infectados pelo HIV com PCP apresentam menor carga fúngica e mais células inflamatórias. O grau de hipóxia correlaciona-se inversamente com a carga fúngica e diretamente com a contagem de neutrófilos. Ao mesmo tempo, a contagem de neutrófilos correlaciona-se diretamente com mortalidade.
  4. As características clínicas também diferem em pacientes com e sem HIV. Nos indivíduos não infectados pelo HIV, a sintomatologia tende a ser mais sutil, com a tríade clássica de febre, dispneia e tosse presente somente em 34% dos casos. A duração dos sintomas também tende a se desenvolver de forma mais precoce, de cinco a dez dias, em contraste com mais de três semanas em pacientes com HIV.
  5. Os achados radiológicos são semelhantes em pacientes com e sem HIV, apesar de pacientes não HIV tenderem a ter menos cistos pulmonares.
  6. A sensibilidade de exames de escarro induzido é menor do que em pacientes com HIV, devendo-se dar preferência a amostras de lavado broncoalveolar para realização de imunofluorescência. Técnicas de PCR podem ser utilizadas para diagnóstico, mas os valores de corte ainda não são padronizados internacionalmente. Em pacientes com alta probabilidade de PCP, a sensibilidade de beta-D-glucana sérica não foi suficiente para excluir o diagnóstico quando negativa.
  7. Sulfametoxazol-trimetoprim é o tratamento de escolha por pelo menos duas semanas. Em casos graves, recomenda-se três semanas de terapia, da mesma forma que . O benefício de corticoide em casos de PCP grave em indivíduos não infectados pelo HIV não foi comprovado inequivocamente em estudos clínicos.
  8. Espera-se melhora clínica com o tratamento a partir do quarto dia. Caso haja piora clínica após quatro dias ou não haja melhora após 7 dias, deve-se pesquisar infecções concomitantes, como vírus respiratórios ou bactérias, como Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus.

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