Tempo de leitura: 3 min.
O AVC (Acidente Vascular Cerebral ou Encefálico) é uma lesão adquirida do cérebro causada por oclusão de um vaso sanguíneo ou fornecimento de sangue inadequado, levando a infarto (morte) ou sangramento dentro do cérebro. Os sintomas dependem da localização da lesão no cérebro.
Leia também: Eletroneuromiografia: o que é e quando solicitar?
O cérebro funciona como se fosse uma central de comando de uma grande empresa: cada parte do cérebro envia a ordem através dos neurônios (“funcionários”), sendo que cada grupo desses “funcionários” é responsável por uma tarefa específica em nosso corpo. Uma parte, por exemplo, é responsável pelo movimento da mão direita, enquanto outra fica encarregada da fala. Então, quando há uma lesão no cérebro, como no AVC, aquela parte do corpo perde “o comando” e então surgem os sintomas.
O mesmo se aplica a outros tipos de lesões, como TCE (Trauma Cranio-Encefálico), Tumores e Lesões Anóxicas-Hipóxicas (falta de oxigenação no cérebro).
O AVC isquêmico (obstrução a passagem de sangue no cérebro) é o mais comum. É consequência de doenças crônicas como aterosclerose, hipertensão arterial e embolia. Outros fatores de risco são idade, tabagismo, diabetes mellitus, obesidade, estilo de vida sedentário e hiperlipidemia.
Os outros 15% são AVCs hemorrágicos, resultados de hemorragias hipertensivas, aneurismas vasculares malformações.
Geralmente os pacientes que sobreviventes evoluem, em menor ou maior grau, com dificuldades em realizar as atividades de vida diária (AVDs) transitórias ou permanentes.
Os sintomas variam desde dificuldades simples no dia-a-dia até alterações no andar, mexer o corpo, comunicar, engolir, pensar e lembrar, como também nas funções sexuais, intestinais e urinárias. Pode aparecer dor e depressão. As dificuldades podem levar a isolamento social e agravar sintomas depressivos. Em casos graves, o indivíduo pode não ser capaz de viver de forma independente, necessitando de um cuidador.
De preferência, além da equipe médica assistente, todo paciente com AVC deve ser avaliado pela equipe de Reabilitação, composta pelo médico Fisiatra e Terapeutas. O tempo ideal é após 24 horas do AVC, pois assim, consegue-se elaborar o Programa de Reabilitação nas fases Aguda, Subaguda/Transição e Crônica e otimizar a melhora do paciente.
Os locais que ocorrem a reabilitação são: Intra-Hospitalar (casos agudos), Unidades de Transição (Serviço de Saúde que irá “preparar” o paciente para a alta com Reabilitação Intensiva) e Ambulatorial.
A realidade no Brasil infelizmente é que a maioria dos casos acabam chegando ao Fisiatria na fase crônica (após 3 meses de lesão), mas ainda é possível melhorar muita coisa.
O programa de reabilitação deve ser individualizado com base da gravidade e natureza das incapacidades causadas pelo AVC e deve incorporar diretrizes baseadas em evidências.
Uma lesão cerebral, é como “uma ponte que caiu”, ou seja, os comandos não passam mais por aquele caminho. O cérebro então vai aos poucos criando atalhos e os neurônios vão fazendo novas conexões. Isso se chama Neuroplasticidade. Incrível, não é mesmo?
A melhora é lenta, gradual e geralmente não é total, além de ser dependente de muitas variáveis. Por isso, os cuidados devem ser individualizados e as demandas acolhidas. O caminho é prolongado e tem o objetivo de melhorar não só a função total, mas de otimizar a qualidade de vida e reinserção social.
Referências bibliográficas:
Monkeypox e Epididimite são os novos conteúdos do Whitebook. Confira a lista completa com os…
Neste artigo, veja em detalhes o que os estudos recentes têm apontado acerca dos cuidados…
Neste estudo, confira se a esterilização a vapor de uso imediato aumenta as chances de…
A doença hepática pode ser causada por uma deficiência de alfa-1-antitripsina (A1AT). Conheça estudo sobre…
Estudo concluiu que o probiótico reduziu o risco geral de diarreia em crianças durante e…
A indução de parto é uma forma de produzir trabalho de parto de forma artificial…