CBMEDE 2022: Como definir prioridades para leitos de UTI no SUS?

No CBMEDE 2022, a conferencista e médica Fabrícia Araújo destacou que emergência não é sinônimo de leito de UTI.

No cenário atual, existem discrepâncias de oferta de leitos de UTI por habitante conforme região do país. Além disso, perdemos cerca de 34,5 mil leitos de internação geral entre 2009 e 2020. Durante o último dia do Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrica (CBMEDE 2022), a conferencista e médica Fabrícia Araújo destacou que emergência não é sinônimo de leito de UTI. 

Alguns fatores que devem ser considerados antes da solicitação de leito na UTI, como as prioridades de internação em leitos de UTI conforme o Conselho Federal de Medicina (prioridades de 1 a 5). Veja as descrições de algumas dessas prioridades. 

  • Prioridade 1 (máxima): inclui os doentes críticos que não podem ser conduzidos fora da UTI: doentes potencialmente recuperáveis, instáveis, com necessidade de monitoração e tratamento intensivos e intervenção. Não há limites para extensão da terapia para esses pacientes. 
  • Prioridade 2 (alta): pacientes potencialmente recuperáveis que requerem monitoração intensiva, com o objetivo de identificar precocemente complicações que podem ameaçar a vida e, talvez, intervenção.  
  • Prioridade 3 (média): pacientes com baixa probabilidade de recuperação devido às doenças de base ou pela gravidade da doença atual, porém instáveis e críticos.  

O impacto dos diários de UTI em familiares e profissionais de saúde 

Como escolher as prioridades? 

É importante conhecer os gargalos do serviço no qual o emergencista está inserido. Além disso, depende das necessidades de cada sistema hospitalar com o entendimento que ele é dinâmico.  

Outro ponto de fundamental importância é realizar o gerenciamento de leitos hospitalares, levando em conta o monitoramento constante das admissões hospitalares, altas e movimentação de pacientes dentro do hospital. Quanto mais gerenciarmos esses pacientes, melhor a resposta do fluxo.  

Núcleo Interno de regulação (NIR)  

O NIR ajuda a contribuir para uma visão sistêmica do hospital, ao contrário da visão apenas das unidades isoladas. Permite ainda otimizar o fluxo entre os departamentos e todo o sistema 

O que mudou com a pandemia da covid-19? 

O SUS foi testado em relação ao planejamento, organização e prestação de assistência. 

A solução é apenas aumentar o número de leitos de UTI? Se não houver gerenciamento de leitos, não! Além de custar caro, não temos equipes suficientes. A redução do tempo de permanência é uma saída interessante. Como atuar nesse sentido? 

  • Previsibilidade de altas; 
  • Revisão constante do plano terapêutico; 
  • Antecipação de problemas; 
  • Eficiência operacional com comunicação entre todos os setores…

Judicialização: um problema atual que deve ser considerado 

A judicialização dos leitos de UTI vem crescendo nos últimos anos. É uma resposta à ausência de leitos. É dever do Estado assegurar vagas a todos os pacientes que necessitem de UTI. Percebe-se também uma falta de assessoria especializada para nortear as decisões judiciais. Tal fato promove um aumento significativo das filas de UTI.  

Desafios apontados 

Inserir a gestão na graduação e nos programas de residência médica, individualizar as necessidades de cada serviço e sensibilizar as equipes.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.