CROI 2022: SARS-CoV-2 e o papel da vacinação na cinética viral

Na última parte da sessão sobre SARS-CoV-2 do CROI 2022, foi debatido o impacto da vacinação sobre a cinética viral.

Na última parte da sessão sobre SARS-CoV-2 do CROI 2022, foi debatido o impacto da vacinação sobre a cinética viral. Os dados variam de acordo com a variante estudada, com algumas evidências em relação principalmente a alpha, delta e ômicron.

cinética viral

Alpha e delta

Em relação à variante alpha (a variante ancestral), há evidências de que as vacinas contra covid-19 podem estar associadas a menor risco de transmissão. Dados de indivíduos que receberam a vacina Astrazeneca mostraram que vacinados apresentaram disseminação do vírus por menos tempo do que indivíduos não vacinados. Resultados semelhantes foram encontrados em pessoas vacinadas com Pfizer, com os vacinados mostrando menores cargas virais do que o grupo controle não vacinado.

Para a variante delta, alguns estudos comparam indivíduos não vacinados com infecção primária com vacinados com infecção por escape vacinal. Na análise de 218 indivíduos infectados com delta (71 completamente vacinados com vacina de mRNA, 13 parcialmente vacinados com vacina de mRNA, 130 não vacinados e quatro vacinados com vacinas de outras plataformas), os valores de Ct encontrados por meio de testes de RT-PCR foram semelhantes entre vacinados e não vacinados no momento do diagnóstico. Entretanto, os participantes vacinados apresentaram redução mais rápida de carga viral do que os não vacinados.

Outro estudo com profissionais de saúde avaliou a recuperação de vírus viáveis por meio de cultura viral. Foram encontradas 161 infecções em uma população de 24.706 profissionais vacinados (0,6%), das quais 80% eram sintomáticas e 70% eram causadas pela variante delta. Os resultados de cultura mostraram menor disseminação de vírus viáveis nos vacinados quando comparados com profissionais de saúde não vacinados.

Um terceiro trabalho – agora avaliando infecções por alpha, delta e por variantes não classificadas como variantes de interesse ou preocupação – também mostrou dinâmica de proliferação semelhante entre pessoas vacinadas e não vacinadas, sem diferença significativa nos valores de pico de Ct e tempo médio de proliferação entre os grupos. Contudo, novamente, os vacinados apresentaram clearance viral mais rápido do que os não vacinados.

Leia também: Vacinação em crianças contra a Covid-19: fazer ou não fazer, é uma questão?

Ômicron

Diversos estudos têm procurado avaliar a capacidade da variante ômicron em escapar da imunidade elicitada pela vacinação. Comparados com dados da variante ancestral, houve redução da resposta de anticorpos neutralizantes após vacinação com esquema usual com as principais vacinas utilizadas, incluindo as produzidas pela Pfizer, Moderna, Aztrazeneca e Janssen. Essas reduções ainda ocorrem, mas são menos pronunciadas após administração de dose de reforço.

Outro trabalho recente mostrou, de forma consistente com outros resultados, que a ômicron apresenta maior capacidade de escape vacinal, com maior taxa de ataque secundário em contatos domiciliares em comparação com infecções pela variante delta. Contudo, vacinação com booster foi um fator protetor tanto em relação à suscetibilidade dos contatos quanto à transmissibilidade dos casos índices.

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