Hipotermia como terapia adjuvante no infarto agudo do miocárdio [ABRAMEDE 2018]

A palestra “Hipotermia no infarto agudo do miocárdio: uma realidade?” da ABRAMEDE 2018 trouxe o pesquisador Sergio Timerman, membro do grupo da FMUSP.

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A isquemia de reperfusão, aquela decorrente do retorno à circulação em tecidos que sofreram um insulto isquêmico, sempre foi muito negligenciada. A palestra “Hipotermia no infarto agudo do miocárdio: uma realidade?” da ABRAMEDE 2018 trouxe o pesquisador Sergio Timerman, membro do grupo da FMUSP que estuda o uso da hipotermia como terapia adjuvante em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), para discutir sobre o tema.

Alguns estudos em animas já identificaram o quanto a hipotermia pode ser terapêutica e diminuir os danos causados pela reperfusão do tecido que foi lesado. Sendo assim, os pesquisadores veem a aplicabilidade da hipotermia como uma oportunidade de cardioproteção em algumas horas antes do processo de reperfusão que leva à isquemia.

Alguns estudos anteriores mostraram resultados divergentes, mas esses usaram uma metodologia de fazer o resfriamento após a reperfusão. O que o grupo de Sergio Timerman estuda no momento é atingir o resfriamento antes da reperfusão. Como a reperfusão precoce é algo muito importante e que não deve ser atrasada, fazer o resfriamento o mais rápido possível é fundamental e, por isso, os pesquisadores trabalham com um sistema endovascular (Sistema Protheus, ainda não disponível para venda), que em menos de 14 minutos consegue resfriar o corpo do paciente.

Esse resfriamento é realizado com o paciente acordado. Um protocolo de medicamentos é feito para evitar os tremores recorrentes da hipotermia. O paciente acordado é submetido à hipotermia transitória, em cerca de 3 a 4 horas. Os resultados mostram um benefício na diminuição da área de infarto e, consequentemente, esse benefício é maior em pacientes em infartos extensos.

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Efeitos adversos da hipotermia

Na palestra, Sergio destacou também algumas das preocupações do grupo. Imaginava-se que poderia haver um maior índice de arritmias malignas, como fibrilação ventricular e taquicardia ventricular, nos pacientes submetidos à hipotermia, mas isso não se confirmou e, pelo contrário, manteve-se com a mesma incidência.

Foi registrada uma maior incidência de fibrilação atrial paroxística reversível, que pode ocorrer durante o resfriamento, mas que reverte espontaneamente, não sendo de grande risco.

Conclusões

A estratégia de hipotermia é segura e bem tolerada. O resfriamento persiste como um tratamento adjuvante. Os pesquisadores agora tentam encontrar respostas para algumas perguntas:

– Qual é a temperatura ideal? Atualmente, a temperatura é mantida entre 32 e 33ºC.
– Qual é a duração ideal? Hoje é realizado entre 3 a 4 horas.
– É necessário, além do resfriamento normal do sangue, fazer a infusão salina para acelerar o processo de resfriamento?
– Quais são os efeitos adversos desse tratamento inovador?
– Como os medicamentos respondem a essa condição de hipotermia?

Os estudos continuam.

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