ISICEM 2022: otimizando o uso de vasopressores na parada cardíaca

Drogas vasoativas no cenário de parada cardíaca têm acumulado evidências ao longo dos últimos anos. Veja o que foi falado no ISICEM 2022.

As drogas vasoativas no cenário de parada cardíaca têm acumulado evidências ao longo dos últimos cinco anos. Novos trials foram lançados levando em consideração novas estratégias de doses e outras drogas não vasopressoras. A conferência “Optimizing vasopressors use during cardiac arrest”, pelo Prof. Perkins, durante o 41st International Symposium on Intensive Care and Emergency Medicine (ISICEM 2022), reuniu as principais evidências até o momento.

parada cardíaca

Adrenalina

Casuística publicada pelo conferencista (Perkins et al, Intensive Care Medicine, 2020), “The influence of time to adrenaline administration in the Paramedic 2 randomised controlled trial”, mostrou que a cada minuto que a adrenalina é feita de forma mais precoce, a sobrevida dos pacientes vítimas de PCR aumenta em 0,7%. Isso representa > 200 vidas salvas ao ano.

Estudo publicado por Evans et al, em 2021, na BMJ, “Epinephrine before defibrillation in patients with shockable in-hospital cardiac arrest: propensity matched analysis”, analisou 34.820 episódios de paradas cardíacas intra-hospitalares por ritmo chocável. 27,6% foram tratados com adrenalina como primeira intervenção da estratégia de ressuscitação.

De acordo com o estudo acima, ao contrário do que priorizam as atuais guidelines com imediata desfibrilação para pacientes com ritmo chocável, mais de um a cada quatro pacientes são tratados com adrenalina antes da desfibrilação, o que está associado a piores desfechos.

Portanto, a melhor prática é administrar adrenalina o mais cedo possível na atividade elétrica sem pulso/assistolia.

Leia também: Epinefrina deve ser administrada mais precocemente na PCR em ritmo chocável?

Novo estudo relacionado à dose de adrenalina em andamento

O Prof. Perkins anunciou um novo estudo em andamento, o EpiDOSE Trial. Trata-se de ensaio clínico randomizado que avaliará em adultos que sofreram paradas cardíacas extra-hospitalares por ritmos chocáveis, duas estratégias de doses de adrenalina. Um dos grupos receberá dose máxima de adrenalina de até 2 mg, enquanto o outro receberá até 6 mg no total. O desfecho pesquisado será sobrevida à alta hospitalar. O tamanho amostral estimado será de 3790 pacientes. Você pode encontrar mais detalhes do estudo aqui.

Vasopressina 

Estudo publicado no JAMA por Andersen et al, em 2021, “Effect of Vasopressin and Methylprednisolone vs. Placebo on Return of Spontaneous Circulation in Patients with In-Hospital Cardiac Arrest”. Neste trial que incluiu 501 pacientes vítimas de parada cardíaca intra-hospitalar na Dinamarca, a proporção de pacientes que obtiveram retorno à circulação espontânea foi de 42% no grupo vasopressina + metilprednisolona e 33% no grupo placebo. A diferença não foi estatisticamente significativa.

Resumo das recomendações – otimizando o uso de vasopressores na parada cardíaca

  • Administre adrenalina o mais cedo possível na AESP/Assistolia
  • Adiar adrenalina se ritmo inicial chocável
  • Evitar vasopressina: sem benefício a longo prazo / Cálcio: causa danos
  • Até o momento, nenhum benefício comprovado a partir de alvos fisiológicos

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Epinephrine Dose: Optimal Versus Standard Evaluation Trial (EpiDOSE). U.S National Library of Medicine. Disponível em: https://www.clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT03826524?term=EPIDOSE&draw=2&rank=1

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