A identificação precoce do agente causador de quadros de sepse ainda é uma das maiores dificuldades no manejo dessa condição, tendo impacto no tempo para estabelecimento de terapia adequada.
Os avanços e possibilidades de novas ferramentas foram discutidas em uma das palestras do XVIII Fórum Internacional de Sepse.
Diagnóstico biomolecular
Veja os destaques a seguir:
- Apesar do avanço das tecnologias, a maior parte dos métodos de identificação microbiológica disponíveis no Brasil são dependentes da presença de culturas positivas. Essa característica já limita o tempo em que os médicos assistentes podem ter os resultados.
- Técnicas de diagnóstico molecular constituem-se métodos com alta sensibilidade e especificidade, com possibilidade de identificação do patógeno e detecção de perfil de suscetibilidade, e que permitem menor tempo até liberação dos resultados. Os equipamentos funcionam a partir de kits “fechados” (pacotes).
- O uso de painéis sindrômicos moleculares para bacteremias e infecções do trato respiratório inferior e superior vem ganhando espaço, permitindo diferenciação entre infecções bacterianas e virais de forma rápida.
- Estudos que avaliaram a performance do uso dessas plataformas em casos de bacteremia mostraram boa correlação com os métodos clássicos de identificação baseados em cultura, com maior concordância para infecções monobacterianas.
- De forma semelhante, os painéis sindrômicos podem ser utilizados em outros tipos de amostras clínicas, como lavado broncoalveolar, aspirado traqueal e escarro. Outras amostras, como líquido pleural, têm sido utilizadas de forma off-label. Nesses casos, vale destacar que as análises são semiquantitativas, com os resultados sendo gerados não em UFC, mas em logs de bins. A correspondência aproximada entre as duas unidades foi avaliada em estudos experimentais in vitro somente.
- Algumas limitações importantes que devem ser consideradas incluem perda de concordância com testes padrão-ouro em infecções polimicrobianas e limitação do alcance da identificação aos patógenos contidos nos pacotes.
- Além disso, vale lembrar que, apesar da possibilidade de detecção da presença de alguns genes de resistência, ainda há necessidade da realização de testes de suscetibilidade a antimicrobianos (TSA), inclusive para determinação de fenótipos.
- Por fim, destacam-se as perspectivas futuras: novos fabricantes, com possibilidade de redução de custo, associação com testes de suscetibilidade e a possibilidade de uso em amostras sem incubação prévia.
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